3.4.10

12 meses, ou 1 ano, ou a primeira volta ao redor do Sol

Pouco depois da meia-noite de hoje, um amigo me perguntou como eu estava me sentindo com o aniversário de Benjamin. Eu não havia parado para pensar nisso, exatamente, e não soube dizer o que estava sentindo. Feliz, claro, por vê-lo alcançar o primeiro dos muitos marcos evolutivos que virão, mas ao mesmo tempo nostálgica por conseguir lembrar-me exatamente do dia em que senti o primeiro movimento dele ainda na minha barriga, lembrar-me da primeira vez que vi seu rostinho, da primeira vez que ele mamou e ainda assim vê-lo tão grande, tão cheio de traços que lhe são tão peculiares, tão uma pessoa de verdade.

Esse mesmo amigo comentou como era engraçado pensar que Benjamin tinha só um ano. Que parece que ele sempre esteve aqui com a gente. E é impossível imaginar o contrário, é impossível visualizar uma realidade onde o Benjamin não esteja presente, preenchendo todos os espaços da minha vida. Victor disse que Benjamin é a justificativa para tudo, o motivo pelo qual seria impossível se arrepender de algo e querer voltar atrás, porque qualquer detalhe modificado poderia significar que Benjamin não viesse a existir (efeito borboleta, much?) Mas é bem por aí.

E aí que comemoramos em família, nossa familinha não convencional, mas nunca desfeita. Fomos almoçar e liberei geral, ele comeu arroz branco e até peixe grelhado (é, não é mais vegetariano, mas eu nunca tive a esperança que ele fosse de verdade). Derrubou o suco de laranja na mesa e fez da poça formada seu brinquedo, respingando nele e em mim. Depois o levamos para a central de brinquedos, e ele brincou na piscina de bolinhas e em todos os carrinhos, apesar de preferi-los parados. Comeu balinha de algas, barrinha de goiaba, bebeu muita água e ficou exausto, inconsciente da celebração. Um dia qualquer. Em casa, ganhou um presente da titia, do titio, do primo e da Lala, um carrinho de picolé feito de madeira, que serve de andador também.

Porque ainda não anda, mas quem está com pressa? Já causa estrago suficiente só engatinhando, destrói as revistas e jornais que a bisa porventura deixe espalhados ao seu alcance. E aprendeu a desligar o estabilizador que liga a TV, o DVD e o receptor da TV a cabo, quando enjoa de assistir vai lá e puft! Aliás, mês passado, quando fui em Recife eu comprei um dvd do Palavra Cantada, para o qual ele não deu o menor valor no começo, mas depois de um pouco de insistência da minha parte, passou a adorar. Gosta especialmente da música da sopa do neném, que ouviámos juntos quando ele ainda era uma bolinha dentro da minha barriga. Agora sei que ele assiste pelo menos as oito primeiras músicas quieto, depois começa a dispersar. Mas dá tempo de colocar a roupa na máquina, fazer um xixi e beber uma água.

Depois da virose, passou ainda duas semanas sem comer direito. Voltou tirando o atraso, passa o dia inteiro comendo, é um glutão! Só considera hora de mastigar quando a boca está tão cheia que é impossível mastigar, se algo ameaça escapulir, empurra de volta com mãozinhas ávidas. Não importa a textura, come muito e come de tudo, até bolachas duras e vegetais folhosos. Só não gosta muito de suco, prefere água, geladinha, direto do copo da mamãe, que é nojenta até o último fio de cabelo e não curte muito isso de compartilhar copos.

Fala muita coisa. Na última contagem as palavras eram mamã (mamãe), papá (papai), mé (mãe), pé (pai), pa (que serve pra passear quando acompanhado do apontar para o carro, carrinho ou chave do carro ou para pé, quando acompanhado do mordedor ou do próprio pé), titi (titia), bua (que pode ser bisa, bola ou peito, depende dos gestos também), desa (andresa, a babá), bum (carrinho, ele chama assim porque quando brincamos juntos eu faço "olha o carrinho, bruuum, bruuum"), uva (chuva, que ele curte especialmente e me acorda com tapas na cara quando ouve o barulho de manhã), mamã (mamão), nana (banana), aiá (olha lá, sempre acompanhado do dedinho em riste, apontando o que quer que ele queira que você olhe).

É muito educado. Dá tchau sempre que se afasta de alguma pessoa ou objeto, sempre sorri e faz caretinhas para qualquer pessoa que ouse lhe dar atenção, mas só quando está perfeitamente seguro nos braços de alguém conhecido, não curte muito isso de braços e cheiros alheios. Dá bom dia pro sol de manhã e boa noite para todos da família quando subimos pra dormir, mas anda gritando muito quando é contrariado, jogando as coisas nas pessoas. De agora em diante é ladeira abaixo.

E a festa de aniversário? Bem, é no sábado que vem. Não vai sair como eu planejei, mas vai sair quase como. Depois eu conto minha saga para organizar tal evento, com fotos e tudo.

4 comentários:

Anne 4 de abril de 2010 às 00:16  

Tão lindo ler isso, Nanda! Fico imaginando como o tempo passa, como a gente se lamenta se não aproveitar cada segundinho... minha filhota está com quase 30 semanas de vida intra-uterina e isso me põe ansiosa. Quero muito curtir essa reta final, aguardar o momento dela, mas tb dá uma vontade de ver o rostinho dela...

Por outro lado me assusto quando penso em assuntos como esse: um ano de vida. Minha sobrinha já fez 2 aninhos e ainda ontem era um bebê; antes, ainda, era uma bolinha na barriga da minha cunhada.

O tempo voa, só nos resta vivenciar o momento mesmo, né?

Beijos e parabéns pra vcs todos! Até sábado!;)

Nathaly R. Cavalcante 4 de abril de 2010 às 17:31  

"uva (chuva, que ele curte especialmente e me acorda com tapas na cara quando ouve o barulho de manhã" - perfeito!

Anderson Santos 4 de abril de 2010 às 22:55  

"E é impossível imaginar o contrário, é impossível visualizar uma realidade onde o Benjamin não esteja presente, preenchendo todos os espaços da minha vida. Victor disse que Benjamin é a justificativa para tudo, o motivo pelo qual seria impossível se arrepender de algo e querer voltar atrás, porque qualquer detalhe modificado poderia significar que Benjamin não viesse a existir (efeito borboleta, much?) Mas é bem por aí."

LEgal ver isso da parte de vocês!

(Ah, e também muito legal saber que ele comeu peixe. hahahahahaha)

Carol 5 de abril de 2010 às 14:42  

Parabens pro Ben! ele é uma graça. So imagino o qnt a vida de vcs é uma delicia pq tem um ao outro! muitas felicidades e ainda terao muitos anos pra curtir a vida.

bjinhus